Com texto inspirado em obra da escritora bell hooks, Tati Villela e Mariana Nunes levam aos palcos história de amor entre duas mulheres.
O espetáculo “Amor e outras Revoluções” estreia temporada no Teatro Municipal Ruth de Souza, Santa Teresa (RJ). A peça com dramaturgia de Tati Villela fica em cartaz de 4 a 19 de novembro com sessões aos sábados e domingos às 19h.
A partir de uma livre inspiração nos textos ‘’Vivendo de amor’’, de bell hooks, o espetáculo aborda as vivências de um casal de mulheres negras, que estão de casamento marcado. A autora da peça entra em cena dando vida a Aynah, parceira de Luzia, que é interpretada por Mariana Nunes.
“Amor e outras Revoluções” tem o objetivo de levar ao público a importância do amor na sociedade, a importância de sonhar, de abrir o coração para quem se ama. Entender que o amor é ação como diz bell, é desconstrução, é trabalho – diz Mariana.
Sinopse: Aynah e Luzia estão de casamento marcado e ainda possuem dúvida se casam ou não. Uma viagem em suas próprias histórias ocupa o centro da cena e as fazem iniciar suas verdadeiras revoluções a respeito do amor e da falta dele.
Aynah é uma jovem adulta moradora da periferia do Rio, que, após ser promovida a um cargo de chefia em seu trabalho, está refletindo cada vez mais sobre a sua vida. Ela é apaixonada por sua companheira, Luzia, recém-doutora em Ciências Sociais e Políticas Públicas, com passagem por grandes universidades, como Harvard, mas desempregada atualmente. Juntas, as duas vivem um momento de reflexões e descobertas sobre a presença e a ausência do amor em suas vidas, e entram em dúvida sobre irem adiante com o matrimônio.
A oportunidade de pôr o romance entre duas pessoas negras do sexo feminino como tema central de um trabalho, tendo em vista a falta de amor experienciada por esse recorte, é a grande motivação da autora do espetáculo.
Precisamos falar de amor entre pessoas negras, sobretudo na sociedade brasileira, onde a todo momento presenciamos as consequências do racismo estrutural vigente no nosso sistema. Nós, negros, estamos aperfeiçoando a capacidade de nos amar, de amar o nosso espelho, o nosso reflexo - afirma a autora, que considera a produção de novos imaginários uma ferramenta importante para o avanço das pautas raciais e LGBTQI+ no Brasil.
O espetáculo traz o subúrbio carioca como um dos principais ambiente de suas cenas, com o objetivo de mostrar que amor também faz parte das vivências periféricas. A obra teatral pensa de que forma o sentimento é apresentado nesses locais e pergunta “como histórias que falam sobre amor podem empoderar e enriquecer esses territórios?”
Estamos muito felizes em apresentar “Amor e outras Revoluções” em mais uma temporada no Rio de Janeiro. Esperamos que essa história chegue as mais diferentes pessoas e esse contato com essa diversidade faz a peça crescer e ficar cada vez mais gostosa de fazer e de se assistir – complementam.
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