Montagem de Pedro Granato se inspira em caso real e mergulha o espectador que acompanha tudo com fones de ouvido.
Inspirada nas experiências vividas pelas mulheres do núcleo e casos de violência real contra mulheres, Vingança Voyeur coloca o público infiltrado com fones de ouvido junto dos personagens em uma jornada itinerante. A peça tem início no Bar Salve Jorge (em frente à Bolsa de Valores no centro de São Paulo) percorre a avenida São João e termina no Centro Cultural Olido, na vitrine da dança. As apresentações são gratuitas.
A história começa em um bar, onde o público acompanha um grupo de mulheres que estão atrás do dono do estabelecimento que abusou sexualmente de uma delas. O que aconteceu é revelado aos poucos, enquanto as garotas e o público estão conectados por meio de um rádio, escutando conversas íntimas através de fones de ouvido. Um a um, elas procuram seduzir os envolvidos no abuso e tirá-los de lá, com o público como cúmplice.
A dramaturga Julia Terron foi vítima de um estupro e ganhou apoio do parceiro de dramaturgia Victor Moretti para se abrir com o grupo e transformar o relato em arte. Para ela, escrever foi um processo de cura. A história foi montada também a partir de referências culturais do grupo e do público jovem.
"A gente foi trazendo essa estética urbana feminina empoderada e ao mesmo tempo a ação da vingança, a mulher não mais como vítima da violência, mas como quem está nas rédeas inclusive do jogo violento, invertendo um padrão”, diz Pedro Granato .
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