Uma visão íntima de sua própria 'Black Mecca'
O fotógrafo Kendall Bessent, nascido em Atlanta, a “Black Mecca”, produz arte relacionada ao amor por sua cidade natal, e pelas pessoas que vivem lá. Embora tenha apenas 20 anos, Kendall rapidamente se tornou conhecido no mundo da fotografia por seus retratos que mostram a realidade cotidiana, a beleza e a cultura black. Crescido na Geórgia, quando adolescente saía por Atlanta com sua mãe e gostava de tirar fotos com seu iPhone ou iPad. Foi ela, sua mãe, quem primeiro mostrou interesse em seu olhar artístico e o presenteou, na adolescência, com sua primeira câmera. Mas Kendall achou que precisava tentar outras carreiras e a câmera ficou parada por dois anos.
Foi para a Georgia State University tentar a área dos negócios, mas, assim que percebeu que teria que estudar contabilidade, mudou para o direito. Também não durou muito. Assim que ouviu seu professor falar o quanto o curso seria difícil, ele percebeu que, para estudar direito, teria que gostar muito. Não hesitou e, no mesmo dia, mudou para o curso de fotografia.
Foi o caminho apontado pelo coração que mais se adequou aos seus interesses e à razão. Não o curso, mas a fotografia. Saiu da faculdade e seguiu outro caminho. Decidiu se mudar para o Brooklyn e se dedicar à fotografia em tempo integral. Desde então tem se dedicado a projetos pessoais e vem sendo cada vez mais reconhecido no meio profissional. Com imagens autênticas, seu trabalho segue uma linha editorial, artística, muito influenciada pela moda. A escolha, como diz ele, é sempre levantar pautas da cultura negra e mostrar sua beleza de novas maneiras.
Suas inspirações são amigos artistas e aqueles que vieram antes no movimento black, além de filmes clássicos como Baby Boy, Friday, ou mais recentes, como Queen & Slim, onde, da primeira vez que assistiu, se identificou com uma cena onde o personagem frita peixe em uma panela fundida. A cena foi composta de forma que criasse uma experiência que poderia ser parte do seu próprio cotidiano, e é isso que ele ama.
Kendall ama seu povo, ama sua cidade, sua comunidade e ama a fotografia. Esses interesses e paixões se unem em um único propósito. É o que o entusiasma e o emociona. Suas fotografias capturam sua cultura e contam suas histórias e da sua comunidade “para eles mesmos”, como diz. É esse o seu desejo.
Conversamos com Kendall para conhecer melhor seu trabalho e seu processo de criação.
Yellow: Como você entrou nesse mercado tão competitivo e cheio de talentos? Quais são os obstáculos?
Kendall: Eu diria que um obstáculo, para mim, é encontrar minha base neste setor. Ser tão jovem e novo na indústria é realmente intimidante, às vezes, porque você não sabe tudo, todos os métodos. Vejo meus colegas mais velhos como um exemplo que devo seguir.
Yellow: Muitas pessoas com carreiras já estabelecidas, ou em formação, são atraídas pela fotografia e mudam seus caminhos. O que o aproximou dessa linguagem? O que o mantém nesse caminho como forma de expressão?
Kendall: Ser capaz de criar e contar uma história sem palavras. Eu sou uma pessoa muito quieta e não me envolvo muito em conversas. Por isso, adoro ter a capacidade de visualizar o que quero dizer e ser capaz de transmitir de uma forma que os outros entendam.
Yellow: É claro o enfoque na cultura negra em seu trabalho. Como surgiu o termo Black Mecca?
kendall: O termo Black Mecca é o que eu uso para descrever a cidade em que cresci, que é Atlanta, na Geórgia. É apenas um lugar de grande prosperidade para pessoas como eu. Ser criança e presenciar as grandes conquistas dos negros realmente me mostrou que o céu é o limite.
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