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Milton Nascimento: A lenda viva, a voz eterna que o mundo celebra

Yellow Mag

Aos 82 anos, Milton Nascimento permanece intocável em sua grandiosidade. Enquanto o Grammy falha em reconhecê-lo, sua música continua a atravessar fronteiras, conectando gerações e reafirmando sua posição como uma das maiores lendas da história da música mundial.


Milton Nascimento é mais do que um artista: ele é um fenômeno. Sua obra, imortal, transcende gerações, fronteiras e idiomas. Com uma carreira iniciada nos anos 1960, marcada por décadas de inovação e profundidade artística, Milton é a personificação da música em sua forma mais pura. Sua voz, tão única quanto as montanhas de Minas Gerais que o inspiraram, carrega um lirismo que toca a alma e transforma quem a ouve. Desde o movimento Clube da Esquina, ao lado de Lô Borges, Toninho Horta, Alaíde Costa e outros gigantes da música brasileira, Milton criou muito mais do que canções: ele construiu um universo sonoro que se tornou patrimônio mundial. Suas composições, como "Travessia", "Canção da América", "Maria Maria" e "Cais", são verdadeiras preces que conectam corações e celebram a experiência humana em toda a sua beleza e vulnerabilidade.

Milton Nascimento é uma força da natureza. Sua música não conhece barreiras, sejam elas geográficas, culturais ou linguísticas. Sua obra se espalha como um rio, alcançando o mar da universalidade. Reconhecido internacionalmente como um dos maiores músicos do século XX, ele coleciona prêmios, honrarias e o respeito de artistas e públicos ao redor do mundo. Mas Milton, com sua humildade característica, nunca se deixou levar pelas vitrines do sucesso. Sua verdadeira grandeza sempre esteve na essência: no compromisso com a arte e na entrega genuína ao que faz.



Uma falha da indústria, não da arte


No último domingo (2), durante o Grammy Awards, um episódio envolvendo Milton evidenciou as falhas de reconhecimento da indústria musical global. Indicado na categoria de Melhor Álbum Vocal de Jazz por "Milton + Esperanza", ao lado da renomada Esperanza Spalding, o artista foi excluído do espaço reservado aos indicados. Esse descuido não diminui sua grandiosidade, mas expõe o olhar limitado de uma premiação que muitas vezes negligencia artistas fora do eixo anglófono.



Quem não se calou foi Esperanza. Durante a cerimônia, ela ergueu um cartaz com os dizeres: "Essa lenda viva deveria estar sentada aqui!". Mais do que uma denúncia, foi um gesto de reverência a um dos maiores nomes da música mundial. Ao defender Milton, Esperanza deu voz a milhões que reconhecem sua contribuição para a arte e a cultura global.

O silêncio da organização do Grammy diante do ocorrido apenas reforça a crítica de que o evento, frequentemente, falha em celebrar a diversidade que proclama. No entanto, Milton não precisa de um assento ou de uma estatueta para brilhar. Ele já ocupa um lugar inabalável no coração de quem conhece sua música.

 

Milton: Uma Eternidade em Melodia


Milton Nascimento sempre representou mais do que a música. Ele é a voz de uma América Latina plural, rica e frequentemente invisibilizada. Seus versos, como os de "Para Lennon e McCartney", já antecipavam a luta por reconhecimento:


"Eu sou da América do Sul

Eu sei, vocês não vão saber

Mas agora sou cowboy

Sou do ouro, eu sou vocês

Sou do mundo, sou Minas Gerais."


Com essas palavras, Milton reafirma sua universalidade enquanto denuncia a invisibilidade imposta a tantos artistas do Sul global. Ele é "do mundo", mas também profundamente "de Minas Gerais", e sua obra continuará a ecoar, independentemente das falhas de uma indústria que ainda tem muito a aprender.


Sua música é um abraço que acolhe, uma ponte que conecta. Em cada nota, Milton eterniza histórias, memórias e emoções. Sua arte é intocável, como as montanhas que ele canta. E enquanto premiações podem falhar em reconhecê-lo, o mundo continua a exaltá-lo.

 

Intocável em Sua Grandeza


Milton Nascimento não precisa da validação do Grammy. Sua obra transcende prêmios e troféus. Ele pertence à história, à cultura e à alma de todos que encontram em sua música um refúgio, uma inspiração, um despertar. Ele é a trilha sonora de vidas, a melodia que embala despedidas e reencontros.


Como ele mesmo cantou em "Canção da América":

"Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar."



E, quando esse dia chegar, que o mundo esteja mais preparado para honrar não apenas Milton, mas todos os artistas que, como ele, carregam em si a essência da verdadeira arte.

Hoje, Milton permanece como um farol que guia gerações. E amanhã? Amanhã ele ainda estará aqui, em cada acorde, em cada verso, em cada coração que se deixa tocar. Porque Milton Nascimento é eterno. Enquanto houver música, sua voz será o sopro de uma eternidade que nunca se apaga.




Por: Carlos mossmann

Fotos que ilustram a matéria: Larissa Zaidan para o The New York Times

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