Instituição continuará preservando a cultura das favelas com exposições itinerantes e parcerias culturais; a reabertura acontecerá em novembro com nova mostra.
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O Museu das Favelas, uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, administrado pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), será transferido em novembro para a região do Pateo do Collegio, no Centro Histórico de São Paulo. Essa mudança estratégica visa fortalecer a promoção e preservação do patrimônio cultural das favelas, além de integrar o museu a uma área de grande circulação e oferta cultural. A transferência faz parte do Projeto do Centro Administrativo do Governo, que realoca órgãos estaduais para a região dos Campos Elíseos.
A partir de 26 de agosto, o Museu fechará temporariamente para entregar o prédio à Secretaria de Justiça e Cidadania. Até então, continuará com sua programação, destacando grandes eventos. No dia 24 de agosto, sediará o Dia de Corre, um encontro de empreendedorismo periférico, com palestras, bate-papos, histórias inspiradoras, oficinas e uma feira empreendedora. Entre os participantes estarão Rachel Brasil, Sérgio All (Conta Black), Tiago Trindade (Digital Favel), a jornalista Semayat Oliveira, Kaique Brasileiro (Casa Soho), Eliane Dias (Boogie Week e Racionais MC's), o MC e compositor Jupi77er, a estilista Day Molina e a artista multimídia Jup do Bairro. O evento ocupará diversos espaços do Museu, com transmissão online pelo YouTube, garantindo ampla participação e interação.
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No dia 25 de agosto, último dia de operação nos Campos Elíseos, ocorrerá o Fórum Estadual de Mulheres no Hip Hop, com oficinas culturais, rodas de conversa, exposições, pocket shows e uma cerimônia em homenagem às mulheres que contribuem para o Hip Hop.
Ainda em 2024, o Museu manterá atividades externas em parceria com outras instituições culturais e continuará com exposições itinerantes. A mostra “Favela em Fluxo”, aberta em 1º de agosto no Centro Cultural Solar Ferrão, em Salvador, seguirá para o Rio de Janeiro em outubro, no Museu da Maré. Outra exposição itinerante, “Favela é Giro”, será inaugurada em 29 de agosto em Goiânia e seguirá para Vitória, encerrando na nova sede do Museu das Favelas.
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Entre as futuras ações, destacam-se as atividades do CORRE - Centro de Empreendedorismo, o ciclo de formação audiovisual Favela Inteligência Ancestral, e a abertura da exposição principal, de longa duração, que dialoga com as artes e estéticas das favelas, ocupando todo o primeiro pavimento da nova sede.
“A mudança do Museu das Favelas para o Centro Histórico de São Paulo é um marco significativo. Ela fortalece a promoção e preservação do patrimônio cultural das favelas e integra o museu ao coração cultural da cidade. Além disso, a transferência de órgãos estaduais para a região dos Campos Elíseos reflete nosso compromisso com a revitalização urbana e a descentralização administrativa, beneficiando a população com maior acesso a serviços e à cultura", destacou Marília Marton, secretária da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo.
Ricardo Piquet, Diretor-Geral do IDG, acrescenta que a mudança facilita o acesso da população ao equipamento cultural, amplificando o alcance do Museu. Natália Cunha, diretora do Museu das Favelas, ressalta: “O Museu se tornará parte de um grande complexo cultural, posicionando-se como referência nas artes produzidas nas favelas”.
Aniversário de Dois Anos
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Em novembro de 2024, o Museu comemora dois anos de operação, tendo recebido mais de 90 mil visitantes, incluindo cerca de 11 mil estudantes. Ao longo desse período, apresentou 12 exposições de arte das favelas e periferias do país, em formatos virtuais, itinerantes e temporários, além de realizar mais de 110 ações como cursos, palestras e lançamentos de livros de artistas pretos e periféricos.
O Museu continua a envolver pessoas que vivem o cotidiano das favelas em atividades culturais e educativas, exposições e pesquisas, promovendo a preservação e comunicação das memórias e histórias das favelas brasileiras.
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