Canção é um encontro entre as culturas Guarani Mbya e Huni Kuin
A Transformação é o primeiro single de Mbaraeté, segundo álbum de Owerá, que será lançado em Agosto com o apoio da Natura Musical. A faixa escolhida para este momento pra lá de especial na carreira do artista Guarani Mbyá foi lançada no dia (24) e traz participação de Txana Ibã e seus companheiros Samakey e Yube, três compositores da etnia Huni Kuin, que fazem parte do coletivo Balanço da Floresta. A música, portanto, apresenta um grande encontro entre essas duas importantes culturas e fala sobre a força da transformação pelas medicinas da floresta, conhecidas pelos povos indígenas há milhares de anos.
Registrada na Aldeia Krukutu, em Parelheiros, região sul da cidade de São Paulo (SP), pelo técnico de som Jander Antunes, que também assina a mix, a faixa traz na produção musical a assinatura de Owerá, antes conhecido como Kunumi MC e a master é de Nikolas Gomes. Já o clipe tem direção de Diana Freixo e Owerá e mostra os bastidores da gravação da música.
O projeto de Mbaraeté foi selecionado pelo programa Natura Musical, através do Edital 2020, ao lado de nomes como Linn da Quebrada, Bia Ferreira, Juçara Marçal e Rico Dalasam. Ao longo de 17 anos, Natura Musical já ofereceu recursos para mais de 150 projetos no âmbito nacional, como Lia de Itamaracá, Mariana Aydar, Jards Macalé e Elza Soares. “Nós acreditamos no impacto transformador que a música pode ter no mundo. E os artistas, bandas e projetos de fomento à cena selecionados pelo edital Natura Musical têm essa potência de mobilizar o público na construção de um mundo mais bonito, cada vez mais plural, inclusivo e sustentável”, afirma Fernanda Paiva, Head of Global Cultural Branding.
Quanto à mensagem da música, como o próprio nome já diz, A Transformação vem para transformar, ou seja, para provocar novos sentimentos, novos olhares, novas percepções.
“Foi muito importante fazer essa música, esse clipe, essa aliança com o Owerá. Poder soltar a voz para a humanidade através da música, da cultura… Esse trabalho está sendo transformador pra mim também. Somos porta-vozes da floresta do nosso povo. Essa é a cura kayawey, a transformação”, comenta Txana Ibã.
Owerá sempre foi um admirador do trabalho de Txana Ibã e quando pensou nas possíveis participações para o álbum, foi um dos primeiros nomes que lhe veio à cabeça. O único desafio era conseguir ir até a Aldeia Espelho da Vida, que fica em Tarauacá, no Acre, local onde Txana Ibã e seus companheiros vivem. Mas, como estão sempre viajando, os artistas conseguiram passar uns dias na Aldeia Krukutu para se encontrarem com Owerá. “Fico muito feliz por estar expandindo os nossos cânticos. E é uma alegria imensa o Owerá, um jovem de outra etnia, ter feito esse convite pra mim. Eu e os meus amigos do coletivo Balanço da Floresta ficamos muito felizes”, diz Txana Ibã que também assina a obra junto com Owerá e Pará Retê.
SOBRE OWERÁ: Vive na Aldeia Krukutu, na região de Parelheiros, no sul da cidade de São Paulo, tem 21 anos e ficou conhecido como o indígena que abriu a faixa “Demarcação Já” na abertura da Copa do Mundo de 2014, minutos antes de Brasil e Croácia começarem o jogo.
Desde então, ele estrelou o documentário My Blood Is Red (Prime Video /Vimeo On Demand) com Criolo e Sônia Guajajara, lançou o EP My Blood Is Red (Needs Must Film, 2017), o álbum Todo Dia É Dia de Índio (Bico do Corvo, 2018), além de vários singles como Demarcação Já - Terra Ar Mar feat Criolo (Matilha Cultural, 2019), Xondaro Ka’aguy Reguá (independente, 2020) e Jaguatá Tenondé(Let’s Gig, 2021), com o qual Owerá deixou de lado as rimas do RAP e apresentou um ritmo característico da cultura guarani, conhecido como música de rezo. Importante destacar também o cypher Resistência Nativa (Matte Records, 2021), em parceria com o Oz Guarani e Brô MC´s e Resistir Pra Existir (Café8, 2022), que tem Kelvin Mbarete (Brô MC’s) como beatmaker/produtor musical.
Owerá representou o Brasil, ao lado de Daniela Mercury, na comemoração dos 50 anos do Dia Internacional dos Direitos Humanos, em evento promovido pela ONU da América Latina, em 2020 (veja aqui). Neste ano, Owerá também foi vencedor, ao lado de Marcelo D2, Coletivo Imune e João Gordo, do Prêmio Arcanjo de Cultura, na categoria Música - aqui.
O artista também tem parceria com Alok - em breve, vão lançar uma música com título a ser definido, mas enquanto isso, fizeram a cerimônia de abertura do festival mundial Global Citizen 2021, direto da Amazônia - assista aqui. Ano passado também ganhou destaque no site da The White Feather Foundation, fundação de Julian Lennon, que apoia comunidades indígenas pelo mundo - veja aqui, foi citado pelo blog do Youtube como um dos cinco criadores indígenas de destaque - aqui -, participou da Mostra Museu, com curadoria de Pedro Henrique França, e estrelou o especial Falas da Terra, da Rede Globo - assista aqui -, ao lado de nomes como Ailton Krenak, Daniel Munduruku, Djuena Tikuna, etc. No final do ano, estampou a edição especial da Wired - Festival Brasil, que elencou os 50 nomes mais criativos de 2021 - aqui.
Para 2022, prepara o disco Mbaraeté (resistência, em guarani), que será lançado em parceria com a Natura Musical.
Sobre Natura Musical: É a plataforma de cultura da marca Natura. Desde seu lançamento, em 2005, o programa investiu cerca de R$ 184 milhões no patrocínio de mais de 560 projetos - entre trabalhos de grandes nomes da música brasileira, lançamento e consolidação de novos artistas e projetos de fomento às cenas e impacto social positivo. Os trabalhos artísticos renovam o repertório musical do País e são reconhecidos em listas e premiações nacionais e internacionais. Em 2021, o edital do Natura Musical selecionou 33 projetos em todo o Brasil e promoveu mais de 280 produtos e experiências musicais, entre lançamentos de álbuns, clipes, festivais digitais, oficinas e conferências. Em São Paulo, a Casa Natura Musical se tornou uma vitrine permanente da música brasileira, com uma programação contínua de shows, performances, bate-papos e conteúdos exclusivos.
FICHA TÉCNICA
Música
Letra: Owerá e Txana Ibã
Produção musical: Owerá
Violões por Txana Ibã, Samakey e Yube
Djembe e maracá por Diana Freixo
Vozes por Owerá, Pará Retê, Maitê Ará, Txana Ibã, Samakey e Yube
Música gravada por Jander Antunes na Aldeia Krukutu em São Paulo - Brasil
Mixagem: Jander Antunes
Masterização: Nikolas Gomes
Capa: Jeff Corsi com foto de Diana Freixo
Fotografia da matéria por Igor de Paula
Vídeo
Direção: Owerá e Dia Freixo
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Gerenciamento: Thais Pimenta Café Oito
Patrocínio: Natura Musical
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