O cantor e compositor, Renan Scharmann, inicia a divulgação de “Pier”, seu primeiro EP, com a faixa “Oh You”.
O cantor e compositor, Renan Scharmann, divulgou nesta última sexta-feira (15) o clipe do seu novo Single “Oh You”. O vídeo mostra o artista interagindo com um “amor adormecido” que não pode ouvi-lo. A letra da música junto à melodia do piano, tocado por ele mesmo, cobra promessas que não foram cumpridas e retorna as boas memórias deste amor de maneira melancólica. Assista agora:
“Estou lançando o Pier (meu primeiro EP) em conjunto a uma obra audiovisual, que pode ser considerado um “curta-metragem”. Eu escrevo essa história desde os meus 17 anos”, comentou o artista em suas redes sociais.
Em entrevista exclusiva para Yellow Mag, Renan nos contou um pouco mais sobre a sua trajetória na música, suas ideias e inspirações. Se interessou? Confira, abaixo, a íntegra da conversa:
Yellow Mag: Para começar, conta para gente como e quando começou a sua relação com a música? Em que momento decidiu fazer desse talento sua profissão?
Renan Scharmann: Uma das memórias mais antigas que eu tenho com música é quando eu vi um piano pela primeira vez. Eu devia ter uns 6 anos, foi em um restaurante antigo aqui da minha cidade. Eu fiquei enfeitiçado por aquele instrumento e senti uma vontade incontrolável de mexer e entender o que aquilo dizia através daquelas notas todas. Mais tarde aprendi a tocar e descobri muitos outros instrumentos no caminho. Durante a minha infância e pré-adolescência, escrevia muita coisa, amava roteirizar e musicar histórias. Escondi tudo de todos até os 17, quando finalmente escrevi uma música que senti que precisava ser compartilhada com o mundo. Então comecei e simplesmente não consegui parar mais. Gravei vídeos, fui pra estúdio, fiz shows, e até hoje sigo trabalhando em meus projetos.
Yellow Mag: Como um novo artista, qual a sua maior dificuldade na música?
Renan Scharmann: Existem muitas dificuldades em trabalhar com música, é preciso separar bem o sonho do trabalho. Comecei muito novo e tudo parecia muito mágico. Música é um trabalho de muito investimento e esforço. O artista merece um retorno justo e ser tratado como profissional. Sou muito grato por ter conhecido e trabalhado com profissionais maravilhosos, mas infelizmente nem sempre é assim.
Yellow Mag: Ser artista em um país onde a arte não é valorizada é um ato de resistência. Você já teve momentos difíceis em que pensou em desistir de tudo?
Renan Scharmann: Sim, é tudo muito imprevisível, e sempre tive muitas expectativas. Eu não digo que já “desisti”, mas em inúmeros momentos fiquei depressivo e quis dar um tempo. Mas pra mim é quase impossível parar, minha mente está sempre planejando o próximo passo.
Yellow Mag: Qual o seu processo de criação na hora de compor?
Renan Scharmann: Na maioria das vezes, estou bem triste. Começo a dizer o que sinto junto às melodias do piano. Funciona como um choro. Aliás, é difícil eu conseguir chorar, mas quando termino a música é o mesmo alívio. Já tive outras experiências compondo quando estou feliz ou até mesmo quando quero falar sobre algo específico, mas é mais comum e natural quando estou triste. Música, pra mim, é uma maneira de guardar meus próprios sentimentos, como se fosse uma caixinha, que ao abrir ou ouvir, consigo sentir aquilo mais uma vez, através das memórias que cantei.
Yellow Mag: De onde vêm suas inspirações? Quais as suas referências?
Renan Scharmann: As minhas letras estão muito ligadas às histórias que eu mesmo vivi. Principalmente, as que se passaram aqui em Cananéia, um lugar cheio de paisagens que me inspira todos os dias, desde lembranças nostálgicas da infância até as expectativas do futuro. Agora falando um pouco da sonoridade, sempre fui apaixonado por musicistas que usavam o piano em suas apresentações, ou que tinham um som alternativo. Lembro de ser viciado nas músicas da Regina Spektor e Alicia Keys desde os 7 anos. Depois, me encantei com outros artistas e bandas estrangeiras, como P!nk, Aurora, Birdy, Lorde, U2, Florence e Halsey e nacionais como Clarice Falcão, Tiê etc…
Yellow Mag: Como surgiu a ideia de fazer o seu primeiro EP? Foi um projeto totalmente independente?
Renan Scharmann: É uma ideia bem antiga, que na verdade inicialmente era pra ser um álbum. Escrevi as primeiras músicas com 17 anos. Na época (2016), cheguei até a colocá-las no YouTube de uma maneira bem simples, gravada com o celular, mas depois de alguns meses tirei tudo do ar e resolvi fazer da maneira mais profissional possível. Primeiro, lancei alguns singles que não faziam parte desse projeto, o que me ajudou muito a aprender como funcionava o mercado musical. Por acidente, uma dessas músicas acabou viralizando e, nesse meio tempo, já tinha escrito umas 12 que entrariam pro álbum. Por fazer tudo de maneira completamente independente, ir pro estúdio gravar tudo seria muito caro, então resumi essa história, que eu quero muito contar, em 4 músicas. Espero que elas criem uma conexão incrível com quem se identificar.
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